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Meio brasileiro, meio gringo – por Marco Antônio Lage

Depois de Paulo Freyre, Darcy Ribeiro e outros autores dedicados a compreender a identidade brasileira, mais recentemente, o sociólogo Jessé Souza nos brinda com nova análise: “Somos todos não apenas filhos de nossos pais e mães específicos, o que nos confere  uma biografia e, portanto, uma identidade peculiar, mas somos também, em grande medida, ‘filhos’ da nação com a qual nos identificamos.”

 No caso brasileiro, que nação é essa? “Nós, brasileiros, somos o povo da alegria, do calor humano, da hospitalidade e do sexo. Em resumo, somos o povo da ‘emocionalidade’ e da ‘espontaneidade’ enquanto oposição à racionalidade fria e ao cálculo que caracterizaria supostamente as nações avançadas do centro da modernidade. Do Oiapoque ao Chuí, todo brasileiro, hoje em dia, se identifica com esse ‘mito brasileiro’”, afirma Souza em “A Ralé Brasileira”.

 Índios, negros, brancos europeus: somos mulatos. Candomblé, catolicismo e rituais aos deuses da natureza: somos samba e Olodum. Ervas, mandioca e feijoada: somos um povo de culinária rica e saborosa. Partindo dessa valorização da diversidade brasileira resolvemos, à propósito da Copa do Mundo e da chegada de tantos estrangeiros ao nosso território, estruturar a campanha Meio Brasileiro, Meio Gringo.

A ideia partiu de uma busca pela redução da violência nos estádios de futebol, antes mesmo do episódio fatal e grotesco das privadas voadoras em jogo do Santa Cruz, no Recife. Convidamos para a discussão veículos de comunicação do Estado que prontamente aderiram à ideia, julgando, entretanto, que corríamos o risco de cair no lugar comum, com apenas mais uma de várias iniciativas já fracassadas nesse sentido.

 Daí surgiu a proposta de convidar o mineiro – e o brasileiro por extensão – a receber  bem o outro. O “outro” que pode ser “vários outros”: o vizinho, colega de escola ou de trabalho que não é da minha cor ou religião; alguém que pensa diferente de mim; o motorista, pedestre, ciclista, motoqueiro; um familiar com quem não tenho tanta afinidade; o amigo do amigo que fez opção sexual diferente da minha; o estrangeiro. Em ambiente de Copa, foi por este último que resolvemos começar.

“Sim, somos o povo mais legal do mundo. Somos do bem, somos alegres, somos parceiros, somos ‘sangue bom’ e vamos provar isso durante a Copa do Mundo. O Brasil é um país que foi construído por imigrantes de todas as partes do mundo. Tanto que a maioria dos brasileiros tem sobrenome de estrangeira. Nós somos meio brasileiros, meio gringos”. Idealizada pelo Leo Burnett Tailor Made – agência de publicidade de relevância mundial e que, voluntariamente, faz as criações para o Minas Pela Paz -, a campanha convida à reflexão sobre a diversidade desde a origem.

Acesse www.meiogringo.com.br e selecione a sua parte “meio gringa”, escolhendo o símbolo que indica a origem de seu sobrenome. Faça a escolha e compartilhe nas redes sociais. Simples assim, este é um convite para que todos ajudem a espalhar um bom sentimento. E que vençam a alegria do encontro – e a paz.

 Diretor Coordenador do Minas pela Paz

09.06.14_Hoje_em_Dia

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