minas pela paz

Noticias

MENOS ARMAS, MAIS VIDAS – por Maurílio Pedrosa

No último final de semana fomos impactados com a notícia de um homicídio ocorrido na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, por uma causa impensável: o funcionário de uma padaria pediu a um cliente que ele colocasse a camisa, por regra da empresa. Indignado com o pedido, o cliente foi em casa, buscou uma arma, voltou à padaria e, com dois tiros, matou o funcionário: um jovem de 18 anos.

Infelizmente, essa é uma das milhares de ocorrências de homicídios por arma de fogo no Brasil. Segundo o “Mapa da Violência”, estudo publicado em 2016 com dados consolidados de 1980 a 2014, nos últimos 34 anos foram oficialmente registradas 961.851 mortes por disparo de algum tipo de arma de fogo.

Essa realidade é assustadora, não só no Brasil, mas em todo o mundo. Por esse motivo, a ONU – Organização das Nações Unidas, estabeleceu o período de 24 a 30 de outubro como a “semana do desarmamento”, oportunidade para avaliar as ações efetivas que são feitas para minimizar o impacto das armas na vida das pessoas. Dentre as medidas concretas da ONU para o desarmamento estão a inclusão de capítulos sobre armas nos acordos de paz, a troca de experiências entre Estados sobre a desmobilização e recolhimento de armas, bem como a monitoração do tráfico ilegal de armamento junto às fronteiras.

No âmbito das ações do Minas Pela Paz, a questão do desarmamento está muito presente nos resultados do 181 Disque Denúncia, um serviço que conta com a atuação integrada das Polícias Militar, Civil e do Corpo de Bombeiros, sob a coordenação da Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais. Nos últimos 9 anos, denúncias registradas no 181 resultaram na apreensão de 15.165 armas de fogo e 184.878 munições (unidades) em todo o estado.

Sem dúvida, o controle de armas, por si só, não é suficiente para sanar o desafiador problema da violência e segurança pública, nem no Brasil, nem no mundo. Não será somente pelo desarmamento da população que as soluções virão. Mas, se de alguma forma, menos armas em circulação podem preservar vidas, é nessa direção que precisamos trabalhar.

Maurílio Pedrosa, gestor do Minas Pela Paz

veja também