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TRABALHO QUE TRANSFORMA – por Maurilio Pedrosa

O candidato Pedro seguiu ansioso – e confiante – para sua primeira entrevista de emprego formal em uma empresa. Hoje adulto, possui longa trajetória de trabalho precário e informal, iniciada na sua adolescência. No decorrer da entrevista, uma pergunta corriqueira, com uma resposta inesperada:

– Você tem experiência em vendas?, perguntou o recrutador.

– Sim, respondeu Pedro. Fui o melhor vendedor de produtos ilegais na minha comunidade por mais de uma década. Sei que errei muito, mas agora, quero ter uma chance de usar meu talento para o bem da minha família e das pessoas que me cercam.

O que poderia ter sido o ponto final daquela conversa, acabou sendo o ponto de partida de uma história de mudança e superação.

Pedro é um ex-detento, que cumpriu sua pena e retornou para a sociedade. Através de uma oportunidade aberta pelo Minas Pela Paz e seus parceiros, foi recebido de braços abertos em uma concessionária de automóveis e hoje é um dos vendedores de carros mais bem-sucedidos. Um dos caminhos para a redução da violência na sociedade é a socialização de presos e egressos do sistema prisional, além de adolescentes que cumpriram as medidas socioeducativas.

Há 10 anos, o Minas Pela Paz promove a inclusão desse público tão particular, beneficiando milhares de pessoas pela realização de cursos educacionais, qualificação profissional e parcerias para oferta de trabalho e geração de renda. Essas ações são desenvolvidas no Programa Pró APAC e no Projeto Trampolim.

O decreto 9.450/18, publicado no último mês, instituiu obrigatoriamente à contratação de sentenciados e egressos pelas empresas licitadas pelo Governo Federal, o que representa mais uma alternativa para inserção tanto do público jovem do sistema socioeducativo, quanto dos adultos do sistema prisional.  Aos empregadores, cabe abrirem as portas e oportunizar um caminho novo para essas vidas, deixando para trás a criminalidade e focar no trabalho digno. À sociedade, cabe também, receber esse cidadão sem preconceito, entendendo que sua inclusão produtiva traz benefícios diretos para ele, repercutindo positivamente na vida de todos nós.

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