Dias de paz – por Maurílio Pedrosa
Na próxima segunda-feira, dia 21 de setembro, comemoramos o Dia Internacional da Paz. A data, instituída em 1981 pela ONU, na Assembleia Geral das Nações Unidas, tem o compromisso de fortalecer os ideais de paz no seio das nações e entre seus povos.
O cenário de insegurança em que vivemos nos faz vincular a palavra paz ao antídoto da violência que presenciamos em nosso cotidiano. Estamos condicionados a olhar e nos importar, apenas, com o que está a nossa volta. Mas, nos últimos dias, fomos impactados por uma onda de informações e imagens chocantes sobre a luta dos refugiados da Síria pela sobrevivência. Mais do que uma “nova casa”, eles buscam a paz que há anos foi perdida em suas nações.
Famílias inteiras embarcam em uma arriscada viagem em condições sub-humanas, se agarrando, apenas, à esperança de encontrar no final da caminhada um amanhecer tranquilo. Mas, para muitos, este amanhecer não chegou e não chegará.
Vidas, histórias e lembranças ficam, aos poucos, pelo caminho e ao chegar à terra prometida, tomadas pelas dores físicas e emocionais, precisam lidar, ainda, com a resistência e o preconceito dos nativos frente aos desafios de recomeçar.
Quantas Sírias e quantos refugiados existem pelo mundo em um contexto semelhante, quando se refere à busca pela paz? Esta é uma reflexão necessária e que muitas vezes não fazemos sem que sejamos provocados.
A paz é fruto de uma construção coletiva, que demanda engajamento e resiliência. Para alcançá-la, é preciso acreditar, mobilizar pessoas e não desistir diante das primeiras dificuldades. E tenha a certeza de que elas aparecerão.
É isso que fazemos há oito anos no Minas Pela Paz. Com objetivos bem definidos e parcerias firmadas com diferentes setores da sociedade – governo, iniciativa privada e terceiro setor – assumimos a inquietante missão de promover a cultura de paz no nosso Estado. Desde então, promovemos pequenas transformações sociais, que passam pelo enfrentamento da violência e se fortalecem por meio do desenvolvimento de ações que dignificam e apontam novos caminhos para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Estimamos que ao longo destes anos, geramos impacto na vida de mais de 70 mil pessoas, direta ou indiretamente. Mas, este número não nos acomoda, pois nos damos conta de que muitas pessoas aguardam por oportunidades e acessos a condições dignas de educação, segurança, a redução da desigualdade social e de desenvolvimento humano. Sim, há muita coisa para se fazer. Mas, não cabe a nós carregarmos sozinhos esta responsabilidade.
Quando defendemos a bandeira da cultura de paz, queremos provocar uma reflexão diária de todos, independentemente da idade, posição social ou orientação espiritual. A seu modo, cada cidadão pode fazer a diferença trabalhando na sua comunidade. A construção de uma nação pacífica depende de cada um e de todos trabalhando juntos. Haja paz dentro de ti!
Maurílio Pedrosa, gestor do Minas Pela Paz
