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ESCRAVIDÃO: UM PASSADO PRESENTE – por Maurilio Pedrosa

O último dia 13 de maio marcou os 130 anos da Lei Áurea, que promoveu a abolição da escravatura no Brasil; negros e negras, gerações de africanos trazidos da África para o Brasil no período da colonização portuguesa.

A imprensa noticiou a data histórica, mas para a maioria das pessoas esse momento passou de forma superficial, sem relevância cívica e muito menos de celebração, motivo de nossa reflexão.

Talvez porque mesmo que tenha sido formalmente extinto há mais de cem anos no país, o trabalho análogo ao escravo, além do preconceito, do racismo e da diferença se fazem presentes nas relações sociais. Números mostram como ainda estamos longe de conquistar equidade na sociedade brasileira.

De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio de 2017 realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, enquanto a média do salário dos brasileiros brancos foi de R$ 2.757, a dos negros foi de R$ 1.531, além do percentual de pessoas desempregadas negras, que chega a 63,7%, ou seja, a cada três brasileiros desempregados, dois são negros.

Quanto à força de trabalho, dados da pesquisa do Instituto Ethos de 2016 sobre o perfil racial nas 500 maiores empresas do país informam que em cargos de direção a proporção de negros é de apenas 4,7% dos empregados.

Quando o tema é a violência sofrida pela população no Brasil, olhando para o impressionante volume de homicídios, mais uma vez a questão racial se faz presente. De acordo com relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a cada 100 pessoas assassinadas em 2017 no país, 71 eram negras. Também os jovens em cumprimento de medidas socioeducativas têm em sua representação 61% de pessoas negras, assim como os detentos do sistema prisional, onde negros e negras chegam a 64%.

Esperamos que seja possível alcançar a razão, o equilíbrio, a inclusão social, a oferta de condições dignas e justas de trabalho, de segurança e de vida para todo e qualquer cidadão brasileiro, independentemente de sua raça, cor, orientação sexual, gênero, ideologia, credo, origem e história. Os direitos são iguais para todos, infelizmente isso tem sido somente no papel. Definitivamente, mudemos essa história!

Maurilio Pedrosa, gestor do Minas pela Paz

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