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JUSTIÇA SOCIAL – por Ana Luiza Veloso

Em 2009, a Organização das Nações Unidas decretou o dia 20 de fevereiro como o Dia Internacional da Justiça Social visando promover esforços pelo pleno emprego e trabalho digno, erradicação da pobreza e acesso ao bem-estar social e justiça para todos.

No Brasil, ao aproximarmos do dia 20 de fevereiro, oito anos depois, nos parece que o tema caminhou na direção oposta aos propósitos da ONU e o que temos é a injustiça social como nossa marca maior, trazendo sérias consequências para a sociedade.

Basta vermos a situação caótica do sistema prisional, com graves problemas de superlotação, condições degradantes de cumprimento de pena, enfrentamento de facções criminosas e muitas mortes desde o primeiro dia do ano. A sensação de medo toma conta dos cidadãos quando falta a ação policial em alguns estados – como Espírito Santo e Rio de Janeiro, deixando todos perplexos quanto à insegurança pública nacional.

No que se refere ao emprego, temos hoje 12% da população economicamente ativa desempregada, 12 milhões de brasileiros sem trabalho, o equivalente à população de São Paulo.

A igualdade, nos últimos anos, vem sendo perseguida, mas ainda são distantes o desejado respeito e as oportunidades para todos. Haja visto o dramático volume de homicídios de jovens negros e a desigualdade salarial entre homens e mulheres em variados tipos de atividade profissional e cargos ocupados.

Há um item, porém, que evoluiu na última década: a diminuição da pobreza extrema. O relatório “Prosperidade Compartilhada e Erradicação da Pobreza na América Latina e Caribe”, divulgado no final de 2015 pelo Banco Mundial, trouxe a informação de que o Brasil reduziu, entre 2001 e 2013, de 10% para 4% o número de brasileiros vivendo em extrema pobreza. O relatório aponta, porém, para um enorme abismo entre ricos e pobres do país, ainda um grande desafio a ser superado.

Se na prática a perspectiva da ONU não se consolidou no Brasil, pelo menos é mais um alerta do quanto é urgente virar a página da inércia e retomar os caminhos do desenvolvimento. O Minas Pela Paz se dedica a essa missão e a partir da inclusão de pessoas socialmente vulneráveis contribui para chegarmos onde já poderíamos ou gostaríamos de estar.

Ana Luiza Veloso, gerente de projetos do Minas Pela Paz

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